sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Atletiba Inesquecível

Final de semana chegando… e que final de semana… final de semana de Atletiba… o maior clássico do mundo… se você não concordar… tenho outro argumento… é o único clássico que me interessa… logo ele é o maior do mundo…

É verdade que esse clássico já foi maior… muito maior… até porque eu era menor em idade e tamanho… mas não somente por isso… mas é porque esse clássico…
literalmente parava a cidade… na véspera e na segunda… terça… quarta… quinta… sexta… e alguns ficaram imortalizados na memória daqueles que já tiveram o privilégio de no estádio acompanhar o maior espetáculo da terra…

“Meninos eu vi”…

lembram da frase… essa frase é de um livro importante… I Juca Pirama… do Gonçalves Dias… lembram aquele escritor da “Minha Terra tem Palmeiras, onde canta o sábia…” pois é vi alguns atletibas maravilhosos… puxa acabei de lembrar de uma velho sonho… e acho que agora vai dar certo… outros ouvi pelo rádio… e outros narrados pelo meu pais e meus tios… eram outros tempos… 3x2… 4x4… gol no último minuto… a bola que não entrou… ufa que sufoco… tentaram tentaram e o gol não saiu…

pois é meus queridos e diletos leitores… vou parar de enrolação… e vamos ao fato… tinha pouco mais de 14 anos… para se mais exato tinha 14 anos… dois meses… e cinco dias… de posse da minha carteirinha da FEDATO ESPORTES… que me permitia entrar gratuitamente nos estádios de futebol… falei a minha mãe e ao meu pai que iria a final… consentimento dado e as recomendações de cuidado de praxe… me mandei… na altura do Passeio Público já dava para sentir a emoção… atleticanos e coxas brancas nessa época subiam a rua lado a lado… na verdade cada torcida de um lado da rua… mas na boa…

entrando no estádio… logo tentei ir para o local mais privilegiado… a reta da Mauá… mas quem disse que dava para sentar por ali… sem chance… me contentei em ficar atrás do gol de fundo do Couto Pereira… nessa época a torcida do Atlético ficava na curva de entrada…

o estádio era uma festa só… as duas torcidas como sempre… cantando e pulando… maravilhosamente sincronizadas e alegres… sem dúvida o atletiba é o maior espetáculo da terra…

bola rolando… e o meu Verdão precisando ganhar a partida… e o Atlético… na jogada mais manjada daquele time… e única jogada ensaiada daquele time… e que todo mundo sabia que ia acontecer assim que a bola fosse  para escanteio… 5 minutos de jogo bola no primeiro pau e o lépido e perigoso Dirceu cabeceia… Atlético 1 a zero… que ducha de agua fria… que sentimento mais angustiante… um ano antes na base da canetada tínhamos sido rebaixados para a segunda divisão… e agora perderíamos para o Atlético a decisão…

mas a torcida não desistiu logo em seguida… voltou a cantar… e aquilo contagiou tanto os jogadores… que 8 minutos depois Pachequinho empata o jogo… e parte para a pressão e aos 45 minutos Berg vira o jogo… que festa foram os 45 minutos mas festivos que já presenciei dentro de um estádio de futebol…. Coxa 2x1  que festa… que alegria… no segundo gol do Coxa… a torcida do Atlético… calou-se que festa linda nossa torcida proporcionou… foram 45 minutos de uma cantoria que não tinha fim… ninguém sentado… todos em pé… que festa maravilhosa… o título era nosso…

que momento mágico… mas infelizmente já dizia algum sábio do futebol… que o jogo só termina no apito do juiz… e é isso mesmo…

26 minutos do 2º tempo… bola na área do Coxa… acho que uns 5 jogadores cabecearam a bola… antes dela chegar ao Berg… que só Oseias (isso mesmo aquele que jogou no Atlético) pode entender… o Berg não se sabe porque tentou recuar… jogar para escanteio… ou sei lá o que… cabeceou a bola para o gol… a bola encobriu o Gerson… e caiu no fundo da rede… nunca tinha presenciado isso… e por isso me deixa arrepiado até hoje… numa fração de segundos… o silêncio sepulcral dos Atleticanos… se tornou um dos barulhos mais ensurdecedores que já ouvi em um estádio… e o barulho ensurdecedor dos coxas… tornou-se um dos silêncios mais impressionantes que já ouvi na vida… e isso em menos de uma fração de segundos… acredito eu que essa reação foi mais rápida que a Luz…

por mais que nossos jogadores tenham tentando reagir… que a torcida tenha tentado gritar… aquele gol… daquela forma… nos fez deixar de acreditar numa vitória… de acreditar que era possível… que aquele time que um ano antes… tinha encantado o Brasil… e rebaixado na canetada injustamente… poderia reverter o placar… triste fim de jogo…

ao final daquela partida… há quase 20 anos atrás… só me restou… pegar o ônibus… e voltar para casa… com a faixa de cabeça que comprei no intervalo do jogo… com a inscrição… Coritiba Bi Campeão 89/90…

Final - Paranaense - (05/08/1990) - Atlético 2 x 2 Coritiba
L:
Couto Pereira ; A: Afonso Vitor de Oliveira; P: 42.196; R: Cr$ 17.252.850,00; G: Dirceu, aos 5, Pachequinho, aos 13 e Berg, aos 45 do 1°; Berg (contra), aos 26 do 2°.

ATLÉTICO: Marolla; Valdir, Leonardo, Heraldo e Odemílson; Cacau, Gilberto Costa e André (Osvaldo); Carlinhos, Dirceu e Rizza (Serginho). Técnico: Zé Duarte.
CORITIBA: Gérson; Ditinho, Berg, Jorjão e Paulo César; Hélcio, Serginho (Aurélio Carioca) e Tostão; Ronaldo, Moreno (André) e Pachequinho. T: Paulo César Carpegiani.

Fonte da Ficha Técnica: Furacão.com

PAZ PESSOAL…

O FUTEBOL É ALEGRIA…

NÃO VIOLÊNCIA…

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