quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Reunião

reunião
Estava lembrando esses dias da quantidade de reuniões que participei na minha vida… principalmente das reuniões na igreja… desde as do grupo de jovens até as reuniões da PJB… nossa quantas reuniões… as vezes era difícil conciliar trabalho, escola e as benditas reuniões… é verdade que guardo muitas delas com carinho… pois aprendi muito com meus companheiros e companheiras de caminhada… e ajudaram em muito na minha formação…  sem contar o bate papo e a cervejinha depois da maioria delas…
Mas esses dias estava pensando… porque marcamos tanta reunião… porque os grupos de jovens fazem tantas reuniões… foi dai que encontrei essa imagem em um blog muito bacana http://juventudeemmissao.blogspot.com/… e entendi que muitas vezes não entendemos o significado de reunião… mas mais do que vir com uma explicação lingüística da palavra e o seu significado… vale pensar e refletir a partir do desenho… e fica a pergunta será que as reuniões que nos submetemos tem esse significado?
abraços a todos

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Henfil

grauna

“Juventudes” é o nome certo desse amor

Por Thea Tavares
A massa de que este nosso mundo é feito tem ingredientes da paixão, da animação, da vontade e daquela força motivadora, construtiva, que faz pulsar o coração dos que defendem uma causa coletiva. Pode parar para pensar que logo surge a constatação: as principais transformações sociais da história foram passo a passo conquistadas pela união do impulso de uma necessidade coletiva, à ação e indignação dos idealizadores da mudança. Na maioria das vezes, por pessoas que levaram adiante o sonho de muitos e não se contentaram em abrir mão de pequenos confortos ou facilidades para carregarem sozinhos o piano pesado das dificuldades que se impõem a essas transformações.

Conselho Estadual de Juventude do Paraná

Para quem diz que a juventude não quer saber de participação política… cabe acompanhar as discussões e a mobilização da juventude de várias organizações para a construção do conselho… você pode acompanhar e participar da gestação do conselho… através do blog http://juventude.parana.org.br/… e ainda cadastrar-se para participar da lista de discussão… vão acontecer seminários em várias cidades do Estado… para formar rede e construir uma representação que efetivamente e afetivamente represente as juventudes do Paraná…
“Assim se faz a história no Estado do Paraná/Amor, Ternura e Paixão para ver a vida Mudar”
Hino do Jubileu da Pastoral da Juventude no Paraná

Jornal Online – Jornale Curitiba

Olá Pessoal… descobri um jornal online muito bacana… eu pelo menos gostei… é o Jornale Curitiba… é um jornal voltado para a cidade de Curitiba… gostei da linha do jornal… vale a pena dar uma conferida…
http://jornale.com.br/

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Triste Madrugada foi Aquela

Realmente poderia virar um filme, me lembrei pelo texto da jornalista do filme JFK.

Triste madrugada foi aquela

Por Daniela Chiaretti, de Copenhague e de São Paulo

22/01/2010

O diálogo abaixo poderia ser o roteiro de um filme hollywoodiano. Não é. É vida real, muito real. Alguns dos homens mais poderosos do mundo são citados nele. Tente descobrir do que se trata:
- Tenho que perguntar por que vocês não investigaram melhor, e não estou falando investigar no sentido da CIA, para descobrir onde aquelas pessoas estavam.
- Nós fizemos isso. Pensamos que eles estavam no aeroporto, foi o que nos disseram.
- Mas aquela era uma área fechada. Por que, então, ninguém da administração sabia onde aquelas pessoas realmente estavam?
- Bem, não é nosso trabalho saber onde está o primeiro-ministro Singh se nos dizem que ele foi para o aeroporto!
- É que geralmente nestas cúpulas há um monte de "sherpas" rastreando o que está havendo e...
- Olha: nos disseram que eles estavam no aeroporto. Falaram para a gente que as delegações haviam se dividido, que não iriam nos encontrar, que Zuma não viria, a menos que os outros dois se juntassem a ele.
Alguma pista? O primeiro-ministro Singh citado é mesmo o líder indiano Manmohan Singh e Zuma é, sim, Jacob Gedleyihlekisa Zuma, o presidente da África do Sul. O lugar fechado é o Bella Center, o centro de convenções na capital da Dinamarca que ficou mundialmente conhecido no fim de 2009 por abrigar a CoP-15, a conferência do clima de Copenhague. Foi lá que, durante 13 dias, estiveram reunidos milhares de pessoas de quase 200 países entre gente de governo, ambientalistas, cientistas, artistas, estudantes e curiosos, para tentar chegar a um acordo climático que salvasse o mundo dos efeitos do aquecimento global. Não deu muito certo, já se sabe. Mas, nos últimos três dias do evento, Copenhague recebeu um número nunca antes visto de chefes de Estado. E foi aí que a bagunça dos primeiros dias virou um caos institucional.
O economista indiano Singh e o sul-africano Zuma são dois dos quatro líderes do Basic, o grupo das economias emergentes formado por Brasil, África do Sul, Índia e China. Eles também foram protagonistas de uma das três reuniões cruciais da CoP-15, a que ficou conhecida como o encontro entre o grupo dos Basic e Obama. A imagem dessa turma estampou jornais, revistas, sites e blogs do mundo todo no fim da cúpula. A foto exibe de um lado da mesa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, à sua direita, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A careca de Zuma é visível em um dos cantos. Singh, de turbante azul, está do outro lado. Em frente de Obama, o premiê chinês Wen Jiabao. O mais incrível de tudo isso é que essa reunião multilateral ocorreu meio por acaso, no vácuo protocolar deixado pela situação insólita de ter tantos chefes de Estado no mesmo prédio ao mesmo tempo e pela falta de força da presidência da CoP exercida pelo primeiro-ministro da Dinamarca, Lars Rasmussen.
O trecho da conversa acima ocorreu a bordo do Air Force One, o avião que carrega o presidente dos Estados Unidos em suas viagens. O diálogo se deu no ar, na noite daquela sexta-feira, 18 de dezembro, em algum lugar do trajeto entre Copenhague e Washington, depois que Obama, a secretária de Estado Hillary Clinton e outras pessoas da comitiva deixaram a Dinamarca. Quem fala é um graduado funcionário da Casa Branca. Ele tenta explicar aos seus interlocutores um dos enigmas da CoP-15: como aconteceu a reunião entre Obama e o povo do Basic. Ali o destino da Conferência de Copenhague foi selado. Mas o jeito como a reunião multilateral foi realizada parece ter sido obra do acaso, de relógios mal sincronizados ou de uma inacreditável jogada chinesa. A explicação americana alimenta o incrível caos daqueles dias nórdicos. Leia mais um trecho:
- (...) O que eu quero deixar claro é que não entramos e interrompemos um tipo de encontro secreto, ok? O motivo pelo qual aparecemos naquela sala foi os chineses terem adiado a reunião bilateral das 18h15 para as 19 horas. Eram 19 horas e nós, então, fomos para o nosso compromisso. A nossa presença naquela sala era esperada... (...)
- Por Wen.
- Isso. Se os outros... Bem, nós não sabíamos que os outros três estavam ali até a hora em que entramos.
- E vocês contaram isso ao presidente? Alguém ficou bravo?
Muita gente ficou brava, soube-se depois, no que viria a ser aquela triste madrugada. Mas naquele momento, quando Obama estava a caminho do que pensava ser um encontro bilateral entre ele e o premiê Wen, e soube que ali encontraria também os outros três chefes, teria dito apenas "bom".
Obama estava tendo um dia intenso. De manhã, quando o homem mais esperado do mundo desceu do Air Force One no aeroporto de Copenhague, nevava uma barbaridade. Seguiu para o Bella Center e seu discurso em plenário, logo após a fala espontânea e muito aplaudida do presidente Lula, foi frio como a temperatura lá fora. Obama saiu do salão sem ouvir mais ninguém, o que pareceu arrogante e descortês. Foi se encontrar, numa saleta ali atrás, com Wen Jiabao. Segundo o relato da agência de notícias chinesa Xinhua, a conversa entre os dois seguiu na mesma toada do encontro entre Obama e o presidente Hu Jintao em novembro: "Os dois líderes concordaram que os países participantes da conferência deveriam conseguir uma decisão política o mais rápido possível e continuar a cooperação em mudança climática", reportou a Xinhua.
Nas reuniões que teve durante o dia, não encontrou mais o líder chinês, sempre algum subalterno. Uma bela hora, chamou seu staff e disse que não queria desordenar ainda mais a situação e pretendia falar só com o primeiro-ministro Wen. Os americanos foram atrás dos chineses para arranjar o encontro. Em outro momento, Obama também disse que gostaria de se reunir com os outros três chefes do Basic, Lula, Singh e Zuma. Sua equipe foi atrás de marcar uma segunda reunião. E aí começou uma grande trapalhada.
O pessoal de Obama soube que Singh já estava no aeroporto, voltando para a Índia. O Brasil, segundo o relato no Air Force One, disse que iria se os indianos fossem. Zuma, da África do Sul, pensou que todo mundo iria e topou - mas recuou quando soube que não era assim. Nesse meio tempo, os chineses ligaram para seus colegas americanos e pediram um adiamento em seu encontro bilateral, das 18h15 para as 19 horas. Obama soube momentos antes de entrar na sala que a reunião era com todo mundo. Talvez por isso tenha dito ao assessor: "Bom".
A tal reunião estava acontecendo no segundo andar do Bella Center, um lugar meio confuso, atrás de uma galeria com lojas de roupas e móveis, sempre fechadas, e não se entendia bem o que faziam por lá. Havia uns corredores labirínticos com saletas montadas com paredes de divisórias. Não existia nenhuma placa nas portas. Os seguranças dinamarqueses e das Nações Unidas barravam intrusos, jornalistas e delegados. "Também fui barrado e só me liberaram quando olharam meu crachá e eu disse que tinha que ir a uma reunião promovida pelos chineses" conta ao Valor um diplomata do Basic. "Fui atrás de alguns chineses que mal falavam inglês e imaginei que seriam seguranças. Encontrei a sala e entrei."
Era pequena e precária, com uma mesa no centro e cadeiras encostadas nas paredes. Apertada, não tinha espaço livre e várias pessoas estavam em pé. Algumas cadeiras estavam ocupadas por casacões. O presidente Lula tinha de um lado o tradutor e o chanceler Celso Amorim e, do outro, a ministra Dilma Rousseff. Também estava lá o assessor da Presidência para assuntos internacionais Marco Aurélio Garcia. O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, chegou depois. O tema principal era o MRV e a preocupação da China com o assunto.
A sigla ganhou fama internacional nos últimos dias de Copenhague e foi um dos maiores embates da cúpula. Significa como medir, reportar e verificar as ações que os países em desenvolvimento farão para reduzir suas emissões de gases-estufa. Nos dias que antecederam a chegada dos líderes, o tópico virou cabo de guerra entre americanos e chineses e travava as negociações. Os primeiros exigiram transparência; os outros diziam que essa espécie de auditoria é válida quando as tais ações forem financiadas com dinheiro de fora. Mas, se quem banca é o próprio país, não, obrigada, de jeito nenhum ou isso se chama interferência, argumentavam os chineses.
Os sul-africanos pouco falavam. Os indianos não são tão radicais nesse tema quanto os chineses e escutavam. O presidente Lula e o chanceler Celso Amorim tentavam convencer os chineses a encontrar uma saída para o impasse. Lula dizia que entendia perfeitamente a preocupação chinesa porque tínhamos um trauma na América Latina e no Brasil, especialmente, com a ingerência do Fundo Monetário Internacional nos anos 80. Amorim pediu licença para falar diretamente em inglês e lembrou que alguns técnicos do FMI, nessa época, eram tão famosos quanto os jogadores de futebol, porque davam entrevistas toda hora. Mas que havia de se achar um jeito para que esse item fosse negociado e que, veja bem...
Começaram a escutar um vozerio. Havia uma porta de correr, de vidro, com uma cortina. De repente, a porta se abriu e Obama colocou meio corpo para dentro. "Vocês estão prontos para mim?" perguntou. Havia 20 a 30 pessoas na sala. A maioria não escondeu a surpresa. No relato da Xinhua eram 18h50. Obama sorriu e perguntou se deveria entrar ou esperar fora. Wen se levantou e o convidou a se juntar ao grupo.
Não havia cadeiras vazias. "Não se preocupem, vou me sentar perto do meu amigo Lula", disse Obama. Hillary Clinton sentou-se perto dele. "Várias pessoas me perguntaram depois se ele foi convidado ou se ele se intrometeu lá. Eu não sabia que ele viria", conta um negociador brasileiro. "Não posso jurar, mas custo a acreditar que numa reunião convocada pelos chineses, que prezam tanto essas formalidades, de cultura milenar, alguém possa chegar de repente..."
Até a véspera ninguém sabia com certeza se Obama viria mesmo a Copenhague. Na quarta-feira, o presidente americano havia telefonado a Lula para saber o andar da carruagem. Estava reticente. Alegou que vivia um momento delicado nos EUA porque o Congresso votava o projeto da saúde, a principal bandeira de seu governo até aquele momento. Obama temia se ausentar do país e sofrer uma derrota. Argumentou que estaria bem representado no evento pela secretária de Estado, Hillary Clinton, e por autoridades da área ambiental.
Sem nenhum constrangimento (fato testemunhado por ministros, assessores e por um boquiaberto chanceler Celso Amorim), Lula refutou o colega americano. Disse que, se já estava difícil chegar a um entendimento na CoP-15, mais difícil seria alcançá-lo sem a presença dos líderes. O presidente brasileiro foi incisivo e insistiu que Obama viesse a Copenhague e antecipasse a viagem. O americano disse que não podia chegar antes. Ali começaram a se explicitar as diferenças e a questão MRV veio à tona. Obama teria usado a imagem do FMI para sugerir uma saída. "Olha", sugeriu Lula, "essa não é uma boa comparação."
Lula chegou à capital dinamarquesa na terça à noite. Logo ao chegar se deu conta de que o impasse era grande, a confusão estava instaurada e a coordenação da conferência, complicada. No dia seguinte, recebeu uma romaria de chefes de Estado no seu hotel. Wen Jiabao foi o primeiro e explicou que a ideia de existir um G-2 entre China e Estados Unidos não era bem assim e os chineses buscavam um bom entendimento entre Índia, África do Sul e Brasil. Causou boa impressão. Depois foi o primeiro-ministro britânico Gordon Brown quem veio pedir ajuda. "Brown disse que o quadro estava ruim, que a CoP estava se deteriorando", conta uma fonte do governo brasileiro. O primeiro-ministro dinamarquês Rasmussen também apareceu e citou as grandes dificuldades que enfrentava. "Ficamos mais preocupados porque sentimos uma espécie de desgoverno naquilo tudo, de anomia", afirma um observador da conversa.
Os chefes de Estado foram ocupando espaço num cenário complexo e numa conferência com a liderança contestada. Os dinamarqueses, autores de um texto de acordo que muita gente conhecia, mas vazou de forma atrapalhada, foram pouco habilidosos e provocaram mais desconfiança no processo. Com mais de cem líderes reunidos era difícil manter o protocolo, marcar reuniões, avisar os outros. Cada um tem sua versão do caos e dos encontros misteriosos. Para os chineses, as coisas mal explicadas aconteceram na quinta-feira à noite, no banquete oferecido aos chefes de Estado pela rainha dinamarquesa Margrethe II. Ali, diz a Xinhua, o premiê Wen soube que os EUA promoveriam uma reunião rápida entre vários líderes depois do jantar e a China não tinha sido incluída. A partir daí, o caldo entornou mais. Na manhã seguinte, o último dia da cúpula, Wen propôs o encontro entre os países do Basic.
Depois do jantar da rainha ocorreu a primeira das três reuniões fundamentais que selaram o destino de Copenhague. Ela foi convocada pelo presidente francês Nicolas Sarkozy e pelo presidente Lula. O francês havia dito a Lula que aquilo não era possível e era preciso aproveitar a presença dos principais interlocutores da questão climática e tentar chegar a um acordo. A chanceler alemã Angela Merkel também passara pelo hotel do brasileiro e falou na mesma linha - que o impasse persistia pela falta de condução. Os Estados Unidos, limitados pelo Congresso, não saíam do lugar; a Europa, por causa disso, mantinha suas posições e se retraía; e a China começava a jogar muito na retranca. O universo parecia conspirar contra qualquer êxito em Copenhague.
Foi o banquete da rainha terminar para que cerca de 30 líderes tomassem o rumo do Bella Center. Lula levou Dilma, o embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado, chefe dos negociadores brasileiros, e Minc. Sarkozy avisou que Angela Merkel e Gordon Brown estavam de acordo com o pedido de reunião. "Tudo isso foi muito mal organizado, o chinês não estava avisado, foi uma muvuca", diz a fonte do governo brasileiro.
A reunião começou às 23 horas e terminou às 2h30. Antes das 2 horas, Lula deixou o encontro sem falar muito. Apenas disse: "Estou rindo para não chorar". De novo a coisa foi confusa. A sala era pequena e sem tradução. "Foi se exacerbando a percepção de um processo dominado pelos anglo-saxões ocidentais", diz Elise Buckle, gerente de energia e clima da WWF França. Ali estavam Brown, Angela e Sarkozy. Havia líderes da Suécia, Espanha, Dinamarca e Noruega. Hillary representava os EUA. Estavam também representantes do Japão, da Austrália e da Rússia. Os Basic, todos. México, Colômbia, Indonésia, Coreia do Sul, Etiópia, Argélia, Sudão, Lesoto, Bangladesh, Arábia Saudita, Granada e Maldivas. "Foi uma espécie de G-27 envolvendo os grandes emissores, com representação geográfica e também dos blocos de negociação", conta Elise. Também se tratava de uma tentativa de acelerar os trabalhos antes da chegada de Obama, que, pensava-se, ficaria apenas quatro horas em solo dinamarquês.
No intervalo da reunião de emergência, Carlos Minc falou sobre os tópicos que estavam sendo listados no encontro. Um deles discutia a elevação do corte de emissão de gases-estufa pelos países ricos do nível de 50% para 80% em 2050. O corte global seria de 50%, uma ideia que Brasil e França já haviam apoiado em novembro. Havia algo também sobre finanças: US$ 10 bilhões nos três primeiros anos, US$% 50 bilhões a partir de 2015 e US$ 100 bilhões a partir de 2020. Desses recursos 40% iriam para os países africanos e 20% para as florestas. Mas a China e a Índia bloqueavam a ideia de ter no texto o corte global de emissões de 50% em 2050. A Índia, o mais pobre país dos Basic, usa o conceito de espaço de carbono na atmosfera para dizer que o país ainda tem muita pobreza e justificar seu direito de se desenvolver e emitir.
Na última manhã começou a segunda reunião fundamental da CoP-15. Era basicamente uma continuidade do encontro da noite anterior, mas com um texto sobre a mesa. Inicialmente, a versão era dinamarquesa e muito calcada no que os EUA queriam. Surgiu, também, uma versão franco-brasileira. As sugestões da União Europeia eram muito mais ambiciosas. Fechados o dia todo em uma pequena sala, 26 ou 27 chefes de Estado ficaram escrevendo, de próprio punho, suas anotações do acordo, anotando vírgulas e mudando termos. Obama juntou-se a esse grupo e passou ali várias horas, sentado entre Gordon Brown e o primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi. "Ficamos perplexos", diz um diplomata brasileiro. "Nunca se havia visto algo assim, de líderes desse calibre de lápis na mão, botando vírgula, um engajamento muito grande."
Mas mesmo assim, todo mundo sabe, não rolou. Há muitas versões para o fracasso da conferência de Copenhague e para a desordem inacreditável das últimas horas. Nos dias entre o Natal e o Ano Novo, a imprensa britânica publicou artigos que culparam a China pelo naufrágio da cúpula. Ed Miliband, o secretário do clima britânico, disse que não poderiam permitir que as negociações de pontos concretos fossem "sequestradas dessa forma", afirmou ser ultrajante que os procedimentos das Nações Unidas permitam que alguns poucos países bloqueiem um acordo internacional e apontou seu dedo para a China. Também culpou Sudão, além da Bolívia e de outros países da América Latina que rejeitaram o acordo nas últimas horas da plenária. "A Bolívia tem sido muito ativa nas discussões internacionais do clima", registra um diplomata brasileiro. "Esse foi um erro político do acordo. Custava ter chamado a Bolívia a participar também?"
A imprensa dinamarquesa também saltou na jugular dos que votaram contra o acordo no final - o pequeno arquipélago de Tuvalu, Venezuela, Bolívia, El Salvador, Nicarágua e Cuba. Como as decisões das Nações Unidas só podem ser tomadas por consenso, o acordo de Copenhague não se tornou uma decisão da ONU nem da CoP. Acabou às margens da Convenção do Clima, tem a visibilidade de uma nota de rodapé. Sem outro precedente na legislação internacional, deixa as negociações num momento delicado e perigoso. E houve quem criticasse os Estados Unidos, eternos reféns de seu Congresso, que não cederam, ou cederam muito pouco, em suas promessas e propostas. Angela Merkel, a chanceler alemã, foi uma das pessoas que cobraram mais de Barack Obama, na sexta-feira. "Ela falou duro, pressionou os Estados Unidos dizendo que suas propostas de corte de emissão não eram suficientes, falou também com os chineses", conta um negociador europeu. "Merkel repetia 'não podemos sair desta sala sem algo ambicioso'."
Um relato da reunião que circulou pouco antes do Natal, publicado pelo jornal britânico "The Guardian" e escrito por Mark Lynas, que participou do encontro como um dos membros da delegação das Maldivas, põe a culpa da derrocada na conta da China. Foi a China, diz ele, que mandou tirar os 80% de corte pelos países desenvolvidos em 2050. "Por que motivo não podemos sequer mencionar as nossas metas?", teria dito uma furiosa Angela Merkel, os braços erguidos. Os brasileiros também ficaram perplexos. "Agora sabemos o porquê", escreveu Lynas. "Porque a China apostou corretamente que Obama levaria a culpa pela falta de ambição do acordo de Copenhague." A China foi tirando os números que importavam. Definir que o mundo tem que atingir o pico das suas emissões em 2020 e depois cair é essencial para segurar o aumento da temperatura em 2º C. Isso foi retirado e a linguagem ficou vaga.
O presidente das Maldivas, Mohamed Nasheed, apoiado por Gordon Brown, reagiu: "Como você pode pedir que meu país deixe de existir?" O delegado chinês mostrou-se muito contrariado e deixou o número ficar, mas com uma linguagem vaga que torna tudo meio sem sentido, diz Lynas.
"Tem alguns detalhes que ele menciona que são viscerais, aconteceu aquilo mesmo", diz um diplomata brasileiro. Ele atesta que Wen Jiabao realmente não participou da maioria das reuniões, enviando os diplomatas do clima. Sarkozy teria se indignado. "Ele disse ao chinês que não falava com um sujeito que não tivesse a mesma posição hierárquica que a dele. O chinês respondeu que quem está atrás da placa com o nome de seu país é um legítimo representante."
A visão de Lynas, porém, não é unanimidade entre os negociadores. Sobre o pico em 2020, a Índia também não estava de acordo. Outros membros do Basic apoiam. "Isso afeta os países em desenvolvimento. É muito cedo para eles", diz uma fonte do governo brasileiro. "Mas discordo que a culpa seja inteiramente da China", prossegue. "Obama também não defendia com fervor o pico em 2020 nem queria os 80% para os desenvolvidos. Os EUA se comportaram como um país em desenvolvimento e, se o acordo de Copenhague ficou aguado, se deve, em parte, também a eles."
Na sexta-feira, enquanto a reunião do texto seguia, a dos Basic e Obama ocorreu em paralelo. O texto final continuava sendo discutido na reunião grande, enquanto China, Brasil, Índia, África do Sul e EUA discutiam alguns nós da negociação. Ali também ocorreram momentos acalorados. Obama sugeriu um texto para os MRV - "assessment" e "examination". Os chineses e os indianos rejeitaram os termos. A palavra "assessment" sugere algum tipo de fiscalização ou auditoria, o que os chineses não queriam de jeito nenhum. Eles então vieram com sua sugestão: "consultation" e "dialogue". Obama disse que não, nem pensar, que "diálogo" era vago demais. "Diálogo não leva a lugar nenhum. Eu digo uma coisa, você diz outra e fica por isso mesmo", rebateu. Foi aí que os indianos pediram a palavra e disseram que Singh tinha muita experiência em termos aceitos pelo Banco Mundial. E propuseram "international consultations" e "analysis". Obama ficou um pouco reticente, mas topou.
Finalmente, o americano disse que queria tratar de outro assunto, que era um pedido dos europeus. E mencionou o corte de 50% das emissões globais em 2050. Foram os indianos a reagir. Disseram que aquilo era impossível e a conversa não conseguiu prosperar. Na visão dos países em desenvolvimento, a meta global causa algum arrepio. Eles a aceitariam com mais facilidade se o mundo rico estabelecesse uma meta mais ambiciosa, de corte de 40%, em 2020. Quando as economias emergentes tiverem que dividir o bolo também, em 2050, os industrializados já terão feito sua parte e as emissões globais terão caído bastante, na lógica do mundo em desenvolvimento.
A reunião terminou ali. Começou o momento dos apertos de mão quando um diplomata chinês passou a vociferar, em chinês, dirigindo-se a Obama. A tradutora negou-se a traduzir o que ele dizia. Quem viu a cena imaginou que poderiam ser insultos. Obama simplesmente sorriu.
Depois da reunião, o presidente americano, imagina-se, talvez tenha ido encontrar seus pares europeus para contar o que aconteceu. Um diplomata brasileiro tentou chegar à outra reunião, a do texto, para ver como ela continuava. Pegou o evento no fim e não entendeu quando uma negociadora francesa o viu e disse: "Vocês nos traíram!"
Se foi por acaso ou não, o encontro de Obama com os outros quatro emergentes, sem os europeus, indicou uma nova correlação de forças no mundo. O resto da história todo mundo viu: o acordo foi rejeitado em plenário por alguns países e criou um expediente jurídico sem precedentes que deixa os diplomatas sem saber como continuar o processo.
Há quem diga que é preciso esquecer o consenso e questiona a atuação e o método das Nações Unidas. Outros veem nisso um grande risco e apontam: se o processo da ONU é complexo e turbulento, é preciso melhorá-lo e não acabar com o único fórum democrático mundial. As próximas semanas trarão alguma resposta. O dia 31 é a data sugerida pelo acordo para que os países ricos coloquem suas metas de redução de gases-estufa e os outros descrevam suas ações. É a primeira prova de fogo para ver quanto foi para o vinagre em Copenhague.
Fonte: Jornal Valor Econômico – Versão Online

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Homenagem Zilda Arns

Achei essa frase da Master Comunicação… como uma das mais belas homenagens a Zilda Arns… foi publicada na Gazeta do Povo no dia seguinte a morte dela…
“O soro caseiro nunca teve tanto gosto de lágrima”

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Jack London – A Paixão do Socialismo

Falei que voltaria com tudo… e volto com uma indicação de leitura bem bacana… um livro da editora L&PM… é uma compilação de textos de Jack London… escritor americano… do início do século XX… sendo o texto A Paixão do Socialismo… o título da capa… e o penúltimo texto do livro… muito bacana mesmo a leitura do porque ele é socialista… mesmo nos livros acadêmicos… não encontrei… uma descrição tão legal do modo de produção capitalista… e suas consequências na vida das pessoas…

O livro traz ainda outros textos muito bons… como de Vagões e Vagabundos e Como me tornei socialista… é muito legal… pois os livros formam quase que uma autobiografia do autor…

Quem quiser saber um pouco mais sobre o autor pode acessar o link abaixo da Wikipédia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Jack_London

A editora L&PM é uma editora especializada em livros na versão pocket… o que faz com que grandes obras e livros tornem-se acessíveis ao nosso bolso…

Abraços

Aureo Lourenço Monteiro Marcas:

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

que inicio de 2010

nossa quanto tempo… mas estou voltando a ativa… gostaria de poder comentar tudo que esta acontecendo… mas infelizmente… mesmo estando momentaneamente de férias… não tenho tido muito tempo… mas tenho procurado acompanhar tudo que acontece… meu amigos da PJB aqui de Curitiba… estão discutindo alguns pontos do PNDH 3… sobre tudo em relação a questão da descriminalização do aborto… acompanho também as discussões sobre a abertura total dos arquivos sobre a ditadura militar no Brasil… tem também o negócio da renovação da aviação militar brasileira… o presidente querendo agradar os franceses… e os militares querendo comprar aviões da Suécia… fora as catástrofes da natureza que a cada inicio de ano… nos mostram o quanto estamos maltratando a mão Terra… e hoje infelizmente perdemos uma das grandes lideranças mundiais do século XX e XXI… a Dra... Zilda Arns… infelizmente não esta mais entre nós… mas com certeza sua luz… não se apagará… e a exemplo de outros… será sempre lembrada… esteja com Deus Dra..
abraços
p.s – hoje é apenas 13/01/10