quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Dirceu – Bicho do Paraná

Dirceu José Guimarães, mais conhecido como Dirceu (Curitiba, 15 de junho de 1952Rio de Janeiro, 15 de setembro de 1995), foi um futebolista brasileiro que atuava como ponta-esquerda e meia.
Dirceu foi um dos principais jogadores da Seleção Brasileira de Futebol na décadas de 1970 e 1980, com três Copas do Mundo e uma Olimpíada.
Na copa de 1978 foi eleito o terceiro melhor jogador do mundo.
Com um preparo físico impecável, corria por todo o campo durante todo o jogo, fechando todos os espaços, perseguindo os adversários e colocando velocidade nas jogadas. Sua técnica e habilidade lhe renderam o apelido de "formiguinha".
Apesar de toda esta garra e determinação, após 25 anos encerrou sua carreira sem receber nenhum cartão vermelho.
Carreira
Nos anos 1960 inicia sua carreira no infantil do Coritiba.
Mais tarde, lançado por Filpo Núñez faz sua estréia no profissional.
Sua primeira grande oportunidade surgiu com o Botafogo. Apesar de nenhum título conquistado, se destacou na equipe o que garantiu sua convocação para Copa de 1974.
Em 1975 o Fluminense começa a formar o time mais técnico de todos os tempos.
Junto com craques como Rivelino, Carlos Alberto Torres, Paulo Cesar Caju entre outros, fez parte da famosa "Máquina Tricolor", considerada imbatível, consagrando-se Bi-Campeão Estadual.
Em 1977, o presidente do Fluminense inventa o "troca-troca", através do qual Dirceu vai para o Vasco da Gama.
Apesar de o Fluminense ter recebido dois jogadores, a troca se revelou muito mais positiva para o Vasco, já que Dirceu acerta o meio-campo e o time parte para uma brilhante conquista: o título de Campeão Estadual.
Depois da Copa da Argentina, Dirceu se trasfere para o México onde atuou pelo América do Mexico.
O campeonato era fraco e sendo ele o principal jogador da liga sofria com a marcação dura e até desleal dos oponentes. Sabe-se que os adversário usavam de todos os artifícios para abalar Dirceu, alfinetadas, cuspes, puxões de cabelos, entre outras técnicas.
No ano seguinte, cansado do futebol mexicano, vai jogar no Atlético de Madrid, onde atua por três anos.
Em 1982 Dirceu vai para Itália jogar no estreante Verona.
O pequeno time veneto foi a grande revelação do campeonato concluindo a temporada em quarto lugar e perdendo na prorrogação a Final da Copa Itália.
Nos anos seguintes jogou pelo Napoli, Ascoli e Como.
Em 1986 o Como disputa a melhor temporada de sua história chegando na oitava colocaçao do campeonato e na semifinal da Copa Itália, onde foi desclassificado após um fanático torcedor atingir o árbitro com um isqueiro, acabando com os sonhos da equipe.
Com essa grande campanha do time lombardo Dirceu foi eleito o melhor jogador do campeonato italiano de 1985/86, garantindo sua convocação para aquela que seria a sua quarta Copa do Mundo.
Infelizmente a pouco dias do inicio da Copa, já no Mexico, um choque com o goleiro Paulo Victor acabou com o sonho do "formiguinha", que foi cortado.
De volta à Itália, onde se recuperava fisicamente e psicologicamente, aceitou a proposta do presidente Paolo Graziani e foi jogar no Avellino.
Rapidamente virou um ídolo da torcida pelos seus passes, gols e simpatia fora dos campos. O Avellino terminou o campeonato no ponto mais alto de sua história: oitavo lugar com 30 pontos.
No final da temporada Dirceu volta para o Brasil para jogar no Vasco, porém desentendimentos com o até então técnico do Vasco, Sebastião Lazaroni, o forçaram a largar a equipe.
No mesmo ano aceitou o convite do técnico Carlos Alberto Torres para jogar nos E.U.A., precisamente no Miami Sharks.
Nos anos 1990 já com 38 anos, Dirceu volta para Itália para disputar a série A de Calcio A5 (futebol de salão) pelo Harvey Bologna.
Nesta época existia uma brecha no regulamento que permitia o jogador participar de campeonatos de futebol de salão e de campo ao mesmo tempo, conhecida como Nula Osta.
Como os jogos eram disputados aos sábados Dirceu conseguiu continuar com sua carreira no futebol de campo.
Foi em Eboli cidade na província de Salerno, que Dirceu voltou a galgar os gramados.
O Ebolitana, equipe amadora do campeonato italiano, com sua calorosa e fanática torcida agora sim poderiam sonhar com a ascensão à série C. Com o técnico Rubens Galaxe no comando, a equipe disputou dois excelentes campeonatos, o que não foi suficiente para garantir o título.
A importância de Dirceu para a cidade se solidifica com a homenagem feita ao batizarem o novo Estádio local com capacidade para 15.000 espectadores com seu nome: "Stadio Dirceu José Guimarães".
Depois de duas temporadas frustantes Dirceu se transfere para o Benevento, onde jogou por 4 meses.
Com o fim da Nula Osta ele opta por abandonar os gramados e se dedicar ao Calcio A5, jogando na Giampaoli Ancona.
Em 1994 disputa pelo Brasil o Mundial de Showbol em Pachuca no Mexico, vencendo, a disputa de terceiro/quarto lugar, contra a Argentina de Diego Armando Maradona.
Ainda no México aceita a proposta do Venados de Yucatán em Mérida onde encerra sua carreira em 1995.
Frente a mais de 50.000 pessoas sua despedida acontece em Guadalajara no Estádio Jalisco, onde o Brasil jogou suas partidas pela copa do mundo 1970.
Após 17 anos fora do Brasil, resolve voltar e se estabelecer definitivamente no país.
Uma semana depois de sua chegada ao Rio, voltando de um futebol com ex-jogadores na Barra da Tijuca, Dirceu e seu grande amigo Pasquale Sazio foram vítimas da irresponsabilidade de rapazes, que faziam "racha" e bateram em seu carro.
Dirceu faleceu em 1995, aos 43 anos, num acidente de carro no bairro da Barra da Tijuca, na cidade do Rio de Janeiro.
Títulos
Prêmios
Melhor Jogador do Campeonato Italiano: 1985/86

Um comentário:

  1. Olá, Aureo, obrigado pela visita ao meu Cinemascope. Morei boa parte da minha vida no Rio de Janeiro onde vi várias vezes o Dirceu(zinho) comendo a bola no meu (na época) Vascão.
    Camarada blogueiro, também concordo, escrever, e ainda mais nessa complicada língua, não é tarefa nada fácil, e, por isso mesmo, espero que meus 20 ou 30 leitores se concentrem naquilo que mais eu gosto e sei fazer: desenhar!
    Abração.

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