sexta-feira, 11 de setembro de 2009

A Indústria Cultural e suas Implicações na Modernidade

Com o advento das novas tecnologias surgidas na primeira metade do século XX, principalmente no que diz respeito às tecnologias de entretenimento que se estabelecem tais como o cinema, televisão e o rádio, capazes de atingir um número de ilimitado de pessoas na propagação de idéias e conceitos, Adorno e outros pensadores, sobretudo da escola de Frankfurt, se detêm sobre as implicações dessa nova forma de comunicação, seu alcance e suas implicações na modernidade.
Em um primeiro momento a análise realizada por Adorno tinha por objetivo discutir o problema da cultura de massa, logo deixado de lado, pela implicação que esse termo poderia suscitar, que seria um tipo de cultura produzido pelas massas, impossível isso para Adorno, uma vez que não haveria meios da massa/proletariado produzir cultura, no sentido de que não tinha acesso aos recursos necessários para a produção de um filme ou programa. Em síntese a Indústria Cultural é a indústria dos que produzem e determinam o que deve ser consumido pela população, baseado na manutenção de seus interesses e ideologias.
A reflexão de Adorno tinha como objetivo discutir o tipo de cultura que estava sendo destinada à população, entender como se dava essa relação de consumo e ainda refletir as suas conseqüências.
A consolidação dos meios de comunicação, a adoção de áreas de influência estabelecidas durante a Guerra Fria e a globalização econômica e “cultural” ocorrida principalmente nos anos 80/90, tornam essa reflexão mais do que necessária.
Hoje não é do desconhecimento de ninguém que os grandes meios de comunicação, emissoras, estações, estúdios, direitos autorais, estão na mão de gigantes dessas áreas, com poder suficiente para ditar o que deve ser visto, ouvido e pode-se dizer mesmo entendido, influenciando sobre maneira o comportamento das pessoas.
A influencia da Indústria Cultural é tal, que dita o consumo, as necessidades, os desejos e os valores, tornando-se assim onipresente na vida da população. Vivemos principalmente a partir dos anos 80 uma época de uma cultura pasteurizada, onde parece ser igual no mundo todo, deixando de levar em consideração as características culturais de cada região do planeta.
Essa pasteurização cultural é o que Adorno nos alerta que pode acontecer, e objetivo da Indústria Cultural com a manutenção do status quo, ou seja, não permite que através do acesso a cultura as pessoas empoderem-se de sua autonomia enquanto indivíduos conscientes de sua história.
O que importa para a indústria é criar uma classe consumidora autômata dos produtos de seus anunciantes ou de seus patrocinadores, pois necessita manter suas grandes operações através dos recursos desses capitalistas.
Por fim pode-se ainda concluir que para a grande Indústria Cultural o que menos importa na verdade é a Cultura, pois ela não esta interessada na disseminação do bom, do belo e do edificante, mas sim criar produtos palatáveis para a grande massa de consumidores, que todos os dias, sentam nas salas de cinema ou na sala de suas casas procurando entretenimento e um pouco de alento para a sua luta diária.

Nenhum comentário:

Postar um comentário